Na Operação Fake Road, deflagrada pela Polícia Federal para investigar fraudes em contratos de pavimentação celebrados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) e custeados com recursos de emendas parlamentares, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, determinou medidas com base em indícios de que valores desviados do órgão foram repassados diretamente para a conta bancária de um deputado federal do Ceará e de seu irmão.
Segundo a decisão, dados do antigo COAF (atual UIF) indicam que Antônio Calisto Vieira Neto, dono da Construmaster — empresa central nas contratações questionadas — fez transferências para o irmão do parlamentar, parte das quais teria sido posteriormente direcionada ao próprio deputado. O trecho citado pelo ministro reforça a suspeita de uso de contas de terceiros para ocultar a origem ilícita dos recursos.
Entre os alvos listados na operação, além de Antônio Calisto Vieira Neto, estão: Construmaster Construções Locação de Máquinas Ltda, Construtora Monte Carmelo Ltda, Francisca Lucivalda da Paixão, Roderjan Rodrigues, Jonatas de Oliveira Parente, Jackson Oliveira Carvalho, André Leitão Mavignier e João Guilherme Neto. A investigação aponta a existência de uma estrutura articulada, envolvendo servidores públicos e representantes do setor privado, com indícios de formação de organização criminosa.
Os desvios identificados até o momento somam mais de R$ 22 milhões, provenientes de verbas federais destinadas a obras de infraestrutura no semiárido. As ações envolvem suspeitas de superfaturamento, fraude em licitações e utilização de empresas de fachada para lavagem de dinheiro, com repasses suspeitos a pessoas próximas ao parlamentar investigado.
Fonte: CN7
📱 Siga o @mtnews2025
