Acusações contra Dom Mauro Aparecido dos Santos incluem abuso e estupro de seminaristas, com denúncias de assédio sexual e manipulação psicológica durante seu tempo como bispo


O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, concedeu uma entrevista coletiva nesta semana para detalhar as investigações sobre o ex-bispo Dom Mauro Aparecido dos Santos, falecido em 2021, acusado de crimes de abuso sexual e estupro de vulnerável.


Segundo o secretário, o caso chegou às autoridades por meio de um relatório de inteligência da Polícia Militar, em articulação com a delegada responsável, Dra. Thaís Zanatta.

As investigações já confirmaram ao menos duas vítimas: uma criança e um jovem. Um dos casos mais graves envolve uma criança de três anos, supostamente abusada por Dom Mauro, conforme relato da mãe durante interrogatório à polícia.


Além desses casos, outras denúncias estão sendo apuradas, incluindo situações que remontam ao ano de 2008, indicando um padrão de conduta investigado ao longo de diversos anos.

O nome do ex-arcebispo Dom Mauro, falecido em 2021, surgiu nas investigações a partir de um relatório de inteligência da Polícia Militar:

  • Duas vítimas já foram confirmadas como abusadas por ele: um jovem seminarista e uma criança de 3 anos, em caso registrado como estupro de vulnerável (relato feito pela mãe da vítima em boletim de ocorrência).
  • Há relatos de que abusos ocorreram desde 2008, envolvendo inclusive acordos internos supostamente feitos sob coação do bispo.
  • As denúncias só chegaram à segurança pública recentemente; a polícia questiona por que a Igreja Católica não tomou providências quando as primeiras denúncias surgiram.
  • A investigação vai apurar a responsabilidade da gestão da Igreja Católica, tanto da época dos crimes quanto a atual, sobre o motivo de não ter havido comunicação oficial às autoridades.
  • Os abusos relatados teriam acontecido na casa paroquial e no seminário, envolvendo principalmente seminaristas e pessoas em situação de vulnerabilidade, muitas vezes aliciadas com dinheiro, comida ou videogame.

Até o momento, apenas dois nomes aparecem claramente nos depoimentos: o padre Genivaldo Oliveira dos Santos, já preso, e o ex-bispo Dom Mauro Aparecido dos Santos. Ainda não há indícios contra outras lideranças da Igreja, mas a polícia não descarta novos desdobramentos nas investigações.



O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, informou que a Polícia Judiciária investiga a atuação de membros da Igreja Católica desde 2021 — ano da morte de Dom Mauro — para apurar se houve conhecimento prévio dos abusos e quais ações foram ou não tomadas pela gestão eclesiástica. Ele questionou publicamente: “O Estado vai cobrar da Igreja essa resposta: por que nada foi feito desde que as primeiras denúncias chegaram?”



Segundo Hudson, todas as pessoas ligadas à gestão da Igreja naquele período, bem como as vítimas, já foram identificadas e ouvidas. A investigação busca entender por que os casos não foram comunicados às autoridades policiais anteriormente, mesmo com boletins de ocorrência registrados na época.



A Polícia Civil também apura a existência de um suposto acordo interno firmado entre uma das vítimas e Dom Mauro em 2008, possivelmente feito sob coação. O inquérito, conduzido pela delegada Dra. Thaís Zanatta, analisará eventuais responsabilidades de membros da Igreja que tiveram conhecimento dos crimes e não agiram.



Os abusos teriam ocorrido em locais como a casa paroquial e o seminário, com vítimas em situação de vulnerabilidade, incluindo seminaristas e pessoas que buscavam ajuda para dependência química. Relatos indicam que eram aliciadas com promessas de dinheiro, comida e até videogames.



Apesar de, por ora, não haver indícios contra outros membros da Igreja além do padre Genivaldo e de Dom Mauro, as investigações seguem em andamento. “Não se descarta nenhuma possibilidade, tudo está sendo apurado”, afirmou o secretário.



O caso permanece sob responsabilidade da Polícia Civil, que também avaliará a conduta da Igreja Católica diante das denúncias e possíveis acobertamentos. Novas vítimas podem surgir à medida que o inquérito avança.

Fonte: cgn

Postagem Anterior Próxima Postagem