Em meio às obras de reforma na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta proibiu a realização de sessões de comissões. Essa medida impediu que deputados bolsonaristas aprovassem moções de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. As comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores haviam sido convocadas, mesmo durante o recesso parlamentar, com o objetivo de aprovar matérias em favor de Bolsonaro, que é alvo de medidas cautelares do Supremo Tribunal Federal.
A Comissão de Segurança Pública planejava aprovar uma moção de solidariedade a Bolsonaro, alegando perseguição política. Já a Comissão de Relações Exteriores avaliaria uma moção de apoio e outra de repúdio às medidas cautelares do Supremo, classificando-as como arbitrárias.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores, Filipe Barros, criticou a proibição de sessões por Hugo Motta durante o recesso, afirmando que as medidas impostas a Bolsonaro já equivalem a uma prisão para o ex-presidente.
"Sem haver trânsito em julgado no processo da farsa do golpe do dia 8 de janeiro, o presidente Bolsonaro foi vítima dessas medidas cautelares e vamos falar bem a verdade, o presidente Bolsonaro foi preso, porque as medidas cautelares que foram impostas a ele equivalem à prisão. Não houve condenação, não houve trânsito em julgado no processo, mesmo assim foram impostas medidas cautelares a ele."
Com a proibição do uso das dependências da Câmara, a oposição perde um espaço crucial para a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não pode deixar Brasília. A tentativa de mobilizar deputados durante o recesso foi frustrada.
Segundo o deputado Sanderson, Bolsonaro continuará trabalhando na sede do PL em Brasília. A pauta prioritária da oposição, na volta do recesso, será a aprovação da anistia e o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Embora a oposição tenha solicitado uma sessão virtual extraordinária para votar a anistia, é pouco provável que a proposta avance no momento.
A defesa de Bolsonaro está concentrada na ala mais alinhada ao ex-presidente, enquanto nomes do Centrão têm se mantido afastados dessas mobilizações no Congresso.
Fonte: cbn