A Polícia Federal revelou que o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, teria recebido propinas mensais de até R$ 250 mil como parte de uma organização criminosa que fraudava descontos em benefícios de aposentados e pensionistas. Os valores eram repassados por meio de empresas fantasmas e até por uma pizzaria, segundo apurações que incluíram mensagens, planilhas e registros de repasses irregulares.
Stefanutto foi preso na manhã desta quinta-feira (13/11), em operação que investiga desvios em benefícios previdenciários. Ele é apontado como peça-chave na manutenção do esquema, que se estruturou a partir de um Acordo de Cooperação Técnica com o INSS em 2017. A fraude envolvia a Conafer — entidade conveniada ao órgão — que obtinha autorizações falsas de segurados para descontos em folha, muitas vezes com assinaturas captadas sob falsos pretextos.
Os desvios superam R$ 640 milhões somente pela Conafer entre 2017 e 2023, com possibilidade de o montante total chegar a R$ 6,3 bilhões quando consideradas outras entidades investigadas. O modus operandi incluía falsificação de fichas de filiação, inserção de dados fraudulentos nos sistemas do INSS e uso de intermediários para movimentar os recursos.
Além de Stefanutto, outras autoridades e empresários foram presos, incluindo o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira, suspeito de autorizar repasses irregulares e receber vantagens indevidas. Uma das decisões atribuídas a ele liberou R$ 15,3 milhões à Conafer sem a devida comprovação de filiações, o que ampliou o alcance da fraude para mais de 650 mil benefícios.
A operação, conduzida em conjunto com a Controladoria-Geral da União, resultou em nove prisões, entre elas de ex-dirigentes do INSS, empresários e membros ligados à Conafer e ao Instituto Terra e Trabalho (ITT), reforçando a complexidade e a abrangência do esquema investigado.
Fonte: DN
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