Durante a Operação Contenção, realizada na terça-feira (28/10) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, integrantes de um poder paralelo utilizaram drones armados para atacar policiais. Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram aeronaves não tripuladas lançando granadas contra as equipes em solo, gerando preocupação entre especialistas em segurança pública.
O ex-policial e pesquisador Roberto Uchôa, ligado ao Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, considera o episódio um marco na evolução dos conflitos urbanos. Para ele, a disputa entre o Estado e grupos criminosos já não se limita ao chão das cidades: “O campo de batalha mudou. Agora vai se disputar o céu”.
Uchôa ressalta que o Estado perdeu o controle exclusivo do espaço aéreo nas áreas urbanas. Segundo ele, esses grupos têm acesso fácil a drones sofisticados e ao conhecimento necessário para transformá-los em armas. Parte da tecnologia empregada pode ter origem na Ucrânia, onde o uso de drones se tornou comum na guerra.
O pesquisador alerta ainda para o risco iminente do uso de drones do tipo FPV (visão em primeira pessoa), que permitem maior precisão e potencial destrutivo. Ele demonstra preocupação com a facilidade de acesso a esses dispositivos: “São produzidos principalmente na China e vendidos livremente. Mesmo com restrições, há tutoriais online para montá-los com impressoras 3D”.
Diante desse cenário, Uchôa afirma que, apesar de sua experiência nas polícias Civil e Federal, não gostaria de estar nas ruas atualmente. Ele vê com seriedade os riscos trazidos por essa nova realidade, em que o domínio do espaço aéreo urbano se torna um fator estratégico nas ações de poder paralelo.
Fonte: radiopoty
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