Identificação dos mortos em operação policial em Canindé


Na madrugada desta sexta-feira, 31/10, o cruzamento das ruas Recife e Ercílio Martins, no bairro Campinas, em Canindé, amanheceu marcado por sinais de confronto: portas fechadas, veículos com perfurações de bala, chinelos espalhados, balaclavas, garrafas de cerveja e pichações referentes a um poder paralelo nas paredes. O local foi palco de uma operação policial que resultou na morte de sete pessoas.


Entre os mortos estavam Antônio Carlos Ferreira Teixeira, 19 anos, natural e residente em Caridade; Francisco Anderson Duarte Tavares, 18 anos, também de Caridade; Liedson da Silva Rodrigues, 19 anos, nascido em Canindé e morador de Caridade; Paulo Roberto Oliveira de Lima Cavalcante, 22 anos, natural de Sobral e residente em Canindé; Francisco Eliedison Sousa Alves, 18 anos, nascido em Canindé e morador de Caridade; e dois adolescentes de 16 anos, cujas identidades não foram divulgadas por determinação legal. Segundo a Polícia Militar, todos tinham vínculos com um grupo criminoso identificado como pertencente a um poder paralelo.

A operação foi desencadeada quando o grupo tentava avançar sobre uma área controlada por outro poder paralelo rival. As forças de segurança envolvidas incluíram o Batalhão de Choque, o Batalhão Especializado de Policiamento do Interior e o CPRaio. Vídeos circulados nas redes sociais mostravam membros do grupo armados caminhando por uma região de mata.

De acordo com apuração do Diário do Nordeste, essa teria sido a quarta tentativa do grupo de confrontar seus rivais. A maioria dos envolvidos residia em Caridade, município a cerca de 20 quilômetros de Canindé, e já havia estado na cidade em outras ocasiões para pichar muros com símbolos do grupo ao qual pertenciam. Policiais os avistaram na quinta-feira, por volta das 18 horas, mas eles conseguiram se esconder em uma área de mata, sendo localizados apenas na madrugada seguinte.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirmou que os agentes reagiram após serem atacados pelos suspeitos, que teriam disparado tiros e arremessado dois artefatos explosivos. O governador Elmano de Freitas reforçou que os envolvidos “resolveram enfrentar a PM” e que a polícia agiu em legítima defesa. Um dos suspeitos tentou fugir em um Fiat Palio prata por uma estrada carroçável, mas foi alcançado e morto em novo confronto.

Apesar da versão oficial de que todos foram socorridos e levados ao hospital, familiares contestaram essa informação. Clediane Oliveira de Lima, mãe de Paulo Roberto, um dos mortos, relatou que, ao chegar ao hospital por volta das 4 horas da manhã, foi informada por um funcionário de que cinco corpos já haviam sido recebidos sem vida. Ela confirmou que um deles era seu filho. A mãe disse que ele havia se afastado da igreja recentemente e que, três dias antes, ele a visitara como se fosse uma despedida.

A irmã de um dos adolescentes mortos contou que foi acordada por um telefonema da cunhada, que recebera contato de um sobrevivente que escapou para a mata. Segundo esse relato, o grupo teria se rendido, mas mesmo assim foi executado. “Eles se entregaram, mas não respeitaram e mataram todos os sete”, afirmou a familiar. Um dos mortos, Liedson da Silva Rodrigues, respondia a um processo por homicídio.

Fonte: DN

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