Em entrevista à Rádio Metropolitana FM de Aracaju, o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes fez duras críticas à situação política do Ceará, classificando o estado como uma “ditadura corrupta”. Ele expressou preocupação com a ampla corrupção e com a forte influência de grupos de poder paralelo na estrutura política local.
Ciro afirmou que contribuiu, no passado, para a formação de um sistema político que, segundo ele, se transformou em um “monstro”, com interferência indevida em instituições como o Judiciário, o Ministério Público e até nos meios de comunicação. Ele destacou a falta de reação de partidos diante de casos graves envolvendo ligações entre políticos e organizações criminosas.
Como exemplo, citou o caso do candidato conhecido como “Braguinha”, preso e posteriormente cassado por supostas conexões com um poder paralelo em Santa Quitéria. Braguinha era filiado ao PSB, partido comandado por Eudólio Santana, pai do governador Camilo Santana. Ciro criticou a ausência de qualquer manifestação oficial do PSB sobre o episódio, como suspensão do filiado ou nota de repúdio.
O ex-governador também mencionou outras situações semelhantes, como a prisão preventiva do prefeito Bebeto, de Choró, também ligado ao PSB. Em Icó, apontou que um poder paralelo estaria utilizando a prefeitura — vinculada ao PT e comandada por aliados do deputado Zé Guimarães — para lavar dinheiro por meio de contratos públicos.
Esse caso foi recentemente trazido à tona pelo deputado Capitão Wagner (União Brasil), que apresentou documentos mostrando que a Prefeitura de Icó mantém contratos vultosos com uma empresa de Ladislau Pereira da Silva Neto, conhecido como “Lau Neto”. Relatórios de inteligência indicam que Lau Neto é uma das principais lideranças desse poder paralelo no Ceará e já foi fotografado ao lado de figuras do PT, incluindo a ex-prefeita Laís Nunes e a atual prefeita Aurineide Amaro de Sousa.
Fonte: Radar Ceará
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