O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que o presidente Lula pode ligar para ele a qualquer momento.
A declaração de Trump foi uma resposta a uma pergunta da repórter Raquel Krähenbühl, da TV Globo, sobre a chance de diálogo entre ele e Lula.
"Ele pode falar comigo quando quiser", disse Trump.
Trump evitou dar detalhes sobre a tarifa de 50% contra produtos brasileiros, mas criticou a liderança do Brasil, dizendo que "fizeram a coisa errada". Apesar disso, elogiou o povo brasileiro e disse que ainda não decidiu sobre novas medidas. Fontes do Itamaraty viram a fala como um sinal de possível abertura, mas destacaram que um contato entre Trump e Lula exige preparo. Lula estaria disposto a ligar, desde que fosse atendido. Em entrevista anterior, o presidente brasileiro disse que ninguém nos EUA quer dialogar sobre o tarifaço.
"Eu designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia, para que todos conversem com seus equivalentes nos EUA para entender qual é a possibilidade de conversa. Até agora, não foi possível."
Fontes do Planalto afirmaram que os canais com a Casa Branca estão fechados e que há dificuldades para o governo brasileiro se comunicar diretamente com o núcleo político do governo Trump.
Na quarta-feira, Trump assinou uma ordem executiva que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 6 de agosto. Ele já havia comunicado Lula sobre a medida em julho. Segundo a Casa Branca, a decisão foi motivada por ações do governo brasileiro que estariam prejudicando empresas dos EUA, restringindo a liberdade de expressão e afetando interesses estratégicos, por meio de decisões judiciais que exigiram entrega de dados, mudanças em políticas de moderação e censura de discursos políticos.
No mesmo dia em que oficializou o tarifaço, os EUA sancionaram o ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, por supostas violações de direitos humanos. Seus bens no país foram bloqueados, e ele está proibido de fazer transações com cidadãos ou empresas americanas, incluindo o uso de cartões de crédito dos EUA.
Fonte: G1