A defesa de Hytalo Santos afirmou que o mandado de prisão é ilegal e entrará com pedido de habeas corpus ainda hoje, classificando a decisão como “genérica” e “ilegal”.
Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, foram presos preventivamente em Carapicuíba e passarão por audiência de custódia neste sábado (16) em Osasco, sem horário definido.
Hytalo é investigado pelo MP-PB e MPT por exploração e exposição de menores em conteúdos para redes sociais, após denúncias do youtuber Felca sobre “adultização” de crianças e adolescentes.
Desde 6 de agosto, após Felca denunciar Hytalo por criar conteúdo com menores, ele foi alvo de ação civil pública do MP-PB e de mandados de busca e apreensão.
O advogado Sean Abib, da defesa, disse que analisará a decisão judicial e entrará com habeas corpus para liberar Hytalo assim que conhecer seus fundamentos.
“Reafirmamos a inocência de Hytalo Santos, que sempre se colocou à disposição das autoridades. A defesa permanece acompanhando o caso de forma atenta e responsável, confiando no devido processo legal e na sensatez do Poder Judiciário”, disseram os advogados.
A prisão de Hytalo Santos e Israel Nata Vicente foi resultado de ação conjunta do MP-PB, MPT, polícias da Paraíba e São Paulo e PRF. As ordens, expedidas pelo juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, apontam fortes indícios de tráfico de pessoas, exploração sexual, trabalho infantil artístico irregular e produção de vídeos com menores. O magistrado afirmou que eles destruíram provas, intimidaram testemunhas e agiram de forma coordenada para prejudicar as investigações, ocultando documentos, valores e veículos.
Essas condutas evidenciam a necessidade de medidas extremas para assegurar a integridade das provas e a regularidade do procedimento investigativo.— Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, juiz da 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba
A Justiça da Paraíba bloqueou o acesso de Hytalo às redes sociais e atendeu pedido do MPPB para desmonetizar seus vídeos, impedindo que gerem retorno financeiro.
A decisão de terça-feira proibiu provisoriamente Hytalo de ter contato com adolescentes citados nos processos sobre exposição de menores em vídeos de conteúdo sexual.
A Justiça da Paraíba apreendeu um computador e celulares na casa de Hytalo em João Pessoa nesta quinta-feira (14/08), após entrar no imóvel com autorização para arrombamento. No dia anterior, o local estava fechado durante tentativa de busca.
A defesa do influenciador afirma que ele não tinha conhecimento do mandado de busca e apreensão em sua residência, por ser uma medida judicial sigilosa. Informa ainda que já foi feito contato com a Justiça, que ele está à disposição para esclarecimentos e nega todas as acusações.
“[Hytalo] reitera que jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes e que tudo restará definitivamente provado no curso da investigação e perante o público que nele confia e o acompanha nas redes sociais”, afirma.
A investigação do MPPB começou em 2024. O caso é dividido em duas promotorias, a de Bayeux e a de João Pessoa:
- Bayeux: a investigação é da promotora Ana Maria França. A apuração começou no fim de 2024 após denúncias de vizinhos do condomínio de Hytalo de que adolescentes faziam topless e participavam de festas com bebida alcoólica.
- João Pessoa: o responsável pela condução dos trabalhos é o promotor João Arlindo, que disse ao g1 que investiga a possibilidade de um esquema feito pelo influenciador para obter a emancipação desses menores de idade em troca de presentes, como celulares, para os familiares deles. Segundo o promotor, o relatório do inquérito vai ser finalizado na próxima semana.
Em ambos os processos, Hytalo negou as acusações. Os adolescentes foram ouvidos apenas no processo de João Pessoa, iniciado primeiro, para evitar revitimização.
Emancipação é o ato que concede a um menor de idade, entre 16 e 18 anos, a capacidade civil plena, permitindo que ele pratique todos os atos da vida civil como se fosse maior de idade, por exemplo, assinar contratos, comprar e vender bens, entre outros.
Hytalo é investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), conforme revelado pelo procurador Flávio Gondim em um vídeo. As investigações analisaram mais de 50 vídeos do influenciador e incluíram mais de 15 depoimentos de pessoas envolvidas na produção dos conteúdos.
"Foram analisados, de maneira muito criteriosa, mais de 50 conteúdos, 50 vídeos veiculados nas diversas redes sociais mantidas por Hytalo Santos. Foram colhidos mais de 15 depoimentos de pessoas vinculadas ao projeto de produção de conteúdo digital, incluindo pessoas que trabalharam para ele em diversos momentos. Foram analisados diversos documentos.", disse Gondim.
Fonte: G1
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