Governo Trump faz nova ameaça ao Brasil e diz acompanhar 'de perto' situação de Bolsonaro

 Presidente americano anunciou na semana passada tarifa de 50% para o Brasil. Nova declaração ocorre no mesmo dia em que a PGR deve apresentar as alegações finais de ação que tem Bolsonaro como réu.

O governo de Donald Trump, dos EUA, voltou a fazer ameaças ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio das redes sociais nesta segunda-feira (14).


Em um comunicado publicado em uma conta governamental da rede social X, o subsecretário Darren Beattie disse que o presidente dos EUA "impôs consequências há muito esperadas contra o Supremo Tribunal de (Alexandre de) Moraes e ao governo Lula por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio com os EUA".


O texto diz que os EUA estarão "acompanhando de perto" os desdobramentos no Brasil. Leia o comunicado na íntegra mais abaixo.



A declaração se dá no mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República deve apresentar as alegações finais de uma ação que tem Bolsonaro como réu, por tentativa de golpe de estado em 2022.

Também é esperada para esta segunda-feira a assinatura, pelo governo brasileiro, da Lei de Reciprocidade, medida apontada como alternativa para o Brasil reagir ao tarifaço anunciado por Trump.

"Tais ataques são uma vergonha e estão muito abaixo da dignidade das tradições democráticas do Brasil", diz a nota.

Beattie é subsecretário para Diplomacia Pública da Secretaria de Estado dos EUA, órgão que equivale ao Ministério das Relações Exteriores. É a secretaria responsável pelas relações diplomáticas e pela facilitação de negócios com outros países, incluindo o Brasil.

A publicação da nota ocorre na esteira da imposição de tarifas de 50% a produtos brasileiros por Washington, anunciado na última quarta-feira (9), que devem entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto.

Na carta que Trump enviou ao governo brasileiro na quarta ao governo Lula, o republicano afirmou, sem provas, que a decisão de aumentar a taxa foi tomada "em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos".

O documento mistura alegações comerciais e políticas para impor a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

Entidades da indústria e da agropecuária brasileira manifestaram preocupação com o anúncio e disseram que as taxas ameaçam empregos. A Confederação Nacional da Indústria, por exemplo, afirmou que não há qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho.

A crise entre os Estados Unidos e o Brasil tem como pano de fundo a situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Bolsonaro e disse ser "uma vergonha internacional" o julgamento do ex-presidente no STF.

Na carta em que anunciou a tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, o presidente Donald Trump também classificou "a forma como o Brasil tem tratado" o ex-presidente como "vergonha internacional".

"Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!"

Bolsonaro, no entanto, é réu por tentativa de golpe de Estado dentro de um processo que obedeceu todos os ritos da Constituição brasileira.

Bolsonaro responde a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022.

O processo, que começou em março deste ano, caminha para a reta final. Além disso, o político do PL também está inelegível por oito anos, por decisões do Tribunal Superior Eleitoral em 2023.

Veja a íntegra do comunicado

"O presidente Trump enviou uma carta impondo consequências há muito esperadas ao Supremo Tribunal de Moraes e ao governo Lula por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio com os EUA.

Tais ataques são uma vergonha e estão muito abaixo da dignidade das tradições democráticas do Brasil.

As declarações do presidente Trump são claras. Estaremos acompanhando de perto." 

Fonte: g1

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