A investigação conduzida pela Polícia Civil do Ceará sobre a morte de Alane da Silva de Mesquita, que era gerente de uma funerária no municipio de Monsenhor Tabosa, está há quase um ano paralisada à espera de um parecer complementar da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), apesar de já terem sido encaminhados dez laudos periciais à delegacia responsável.
Alane, de 31 anos, foi encontrada morta com um disparo no ouvido na madrugada de 15 de maio de 2023. A princípio, o caso foi registrado como suicídio, mas a família manifestou forte desconfiança de feminicídio, especialmente em razão do relacionamento com seu companheiro, um guarda municipal que tinha posse e porte de arma de fogo. A mãe de Alane, Joselina da Silva Mesquita, afirmou ter escutado a filha chorando e, em seguida, o guarda chamando por ela três vezes antes do estampido.
A Delegacia do municipio de Monsenhor Tabosa, sob responsabilidade do delegado Dr. Clécio Cardoso, prosseguiu com as investigações, incluindo diligências, oitivas e novos pedidos à perícia — inclusive um ofício de urgência enviado em janeiro de 2025 solicitando esclarecimentos sobre a causa da morte, ainda pendente de resposta. Segundo a Adepol-CE, a unidade enfrenta sérias limitações estruturais, com apenas dois policiais em seu efetivo, além de ter absorvido as ocorrências do município vizinho de Tamboril desde 2024, o que contribuiu para o atraso nas apurações.
A Pefoce afirma ter concluído e entregue todos os laudos técnicos exigidos (cadavérico, local de crime, laboratoriais e balísticos), destacando que suas análises são autônomas e conclusivas dentro de sua competência científica, cabendo à autoridade policial integrá-las ao conjunto probatório. Já a Polícia Civil informou que mantém as investigações em curso e anunciou a realização de dois concursos públicos em 2025, que trarão ao menos 600 novos servidores.
O companheiro de Alane, ouvido em fevereiro de 2024, negou veementemente qualquer participação no episódio e reafirmou a tese de suicídio, dizendo que o casal mantinha uma relação estável e que a vítima tinha familiaridade com armas, inclusive por praticar tiro esportivo com ele. A família, porém, insiste na hipótese de crime, e Joselina afirma não descansar enquanto não houver uma conclusão definitiva: “Eu peço justiça, é o que eu quero”.
Fonte: DN
📱 Siga o @mtnews2025_

