A fila do INSS ultrapassou marcas históricas, com quase 3 milhões de pessoas à espera de respostas sobre benefícios essenciais, como aposentadorias, pensões e auxílios por incapacidade — muitos em situação de extrema vulnerabilidade.
O aumento da demanda foi significativo em 2025, com alta de 23% nos novos pedidos. Mesmo com esse salto, o sistema não foi reforçado proporcionalmente, o que contribuiu para o acúmulo contínuo de processos sem análise.
O caso mais preocupante está no BPC, voltado a idosos e pessoas com deficiência em situação de pobreza. Cerca de 897 mil solicitações estão pendentes, com prazos médios de análise próximos de sete meses. Desde junho, o andamento foi quase paralisado devido a uma decisão judicial que mudou critérios de concessão, mas sem oferecer alternativas práticas para retomar o fluxo.
Apesar de anúncios recentes, como a exigência de biometria para novas aposentadorias — medida voltada ao combate a fraudes —, as ações governamentais não atacam o cerne da crise: a demora estrutural nas análises. Para outros benefícios, exigências semelhantes foram postergadas para 2026, adiando ainda mais ajustes necessários.
Enquanto isso, cidadãos enfrentam longos períodos de incerteza e privação, em meio a uma estrutura administrativa que não consegue responder com eficiência às necessidades sociais mais urgentes. A fila, portanto, vai além de estatísticas: revela a dificuldade do Estado em cumprir seu papel de proteção aos mais fragilizados.
Fonte: radiopoty
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