Fome em Gaza pode se espalhar pela Palestina, alerta órgão da ONU


A fome atingiu parte da Faixa de Gaza e deve se espalhar por todo o território palestino no próximo mês, segundo denúncia do IPC (Integrated Food Security Phase Classification), principal autoridade mundial em crises alimentares, vinculada à ONU. É a primeira vez na história que uma situação de fome é confirmada no Oriente Médio.


O relatório do IPC aponta que mais de 500 mil palestinos em Gaza — cerca de um quarto da população — estão em situação de fome. A região mais afetada é a cidade de Gaza e arredores, alvo de nova ofensiva israelense iniciada nesta semana.


O diretor do departamento de pediatria do Hospital Naser relatou que mais de 60 crianças chegam diariamente com desnutrição grave, muitas precisando de internação. A falta de suprimentos médicos limita o atendimento, cabendo aos profissionais apenas tentar preservar órgãos e tecidos para evitar a morte.


A situação em Gaza é classificada como o nível mais grave de insegurança alimentar: escassez extrema de alimentos, desnutrição aguda grave em ao menos 30% das crianças e aumento da mortalidade por causas não violentas.


Samir El Awari, diretor de programas de emergência do UNICEF, afirmou que o relatório revela uma crise dentro da crise: a sobrevivência infantil. Ele destacou o impacto devastador da fome sobre as crianças palestinas.


O governo israelense nega a existência de fome em Gaza e acusa o IPC de usar dados falsos e alterar sua metodologia com o intuito de difamar o país.

Desde sua criação há 20 anos, esta é a quinta vez que o IPC confirma situação de fome em um território — e a primeira fora da África. As ocorrências anteriores aconteceram na Somália, Sudão e Sudão do Sul.

Fonte: agenciabrasil

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