Definição de febre é atualizada e médicos apontam sinais de alerta


A Sociedade Brasileira de Pediatria atualizou em junho a definição de febre para todas as idades: agora, é considerada febre a temperatura axilar de 37,5°C ou mais, abaixo do antigo limite de 37,8°C.

Segundo a pediatra Izabella Tamira, da UFC, a mudança busca definir com mais clareza o que é febre, como medi-la e orientar melhor os pais sobre seu manejo.


“Existe uma febrefobia, os pais têm medo grande. É importante ter uma conscientização do que é a febre, por que ela é necessária, como deve ser manejada, quando se preocupar, para evitar tratamentos desnecessários e excessivos que tragam efeitos colaterais”, pontua.


Os parâmetros de febre variam conforme a via de medição — axilar, oral ou retal —, mas valem para todas as idades. Considera-se febre quando a temperatura atinge os valores definidos para cada método.
  • Axilar: 37,5°C;
  • Oral: 38°C;
  • Retal: 38°C.

A pediatra destaca que a via axilar é a mais usada, especialmente em crianças, por ser segura, desde que com termômetro confiável e uso correto. A febre é classificada como baixa (37,5°C a 38°C), moderada (38,1°C a 39°C) e alta (acima de 39°C).


Izabella reforça: abaixo de 37,5°C não é febre “nem baixa”.

Sinais de alerta da febre

Apesar da importância de saber identificar um quadro de febre, a médica alerta que não é possível definir a gravidade de uma doença só por esse sintoma. “Muitas vezes tem uma infecção viral com febres muito elevadas, e em algumas situações de infecções bacterianas, que podem evoluir mais graves, começar com febre moderada e evoluir”, explica.


Em bebês com menos de três meses, febre alta indica maior gravidade devido à imaturidade do sistema imunológico.

Em crianças e nas demais faixas etárias, porém, alguns sinais de alerta associados ao aumento da temperatura corporal indicam que é momento de “procurar atendimento médico com maior prontidão”, como lista Izabella:
  • Dificuldade pra respirar, caso de pacientes que ficam “puxando” embaixo da costela ou no meio do pescoço ao respirar; 
  • Sonolência;
  • Rigidez de nuca, com dificuldade de encostar o queixo no peito; 
  • Vômitos persistentes, com dificuldade de ingerir e manter alimentos; 
  • Sinais de desidratação, como boca seca ou muito tempo sem urinar; 
  • Convulsão; 
  • Manchas pelo corpo.

30%
das consultas pediátricas ambulatoriais ou de emergência têm a febre como principal sintoma, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Quando tomar remédio para febre

A pediatra alerta que o uso de antitérmicos deve ser guiado pelos sintomas, e não apenas pela temperatura. O remédio é indicado quando a febre causa desconforto, evitando medicar desnecessariamente.


“Se a criança está com 38°C de febre, mas está correndo, brincando, ativa, não precisa. Mas se está mais ‘molinha’, reclamando de dor no corpo, precisamos medicar”.

A SBP acrescenta outros comportamentos a serem observados, como:

  • Choro intenso; 
  • Irritabilidade; 
  • Redução do apetite; 
  • Distúrbio do sono. 

Segundo a SPB, o uso de antipiréticos deve ser criterioso, e alternar medicamentos é um erro sem respaldo científico que pode causar intoxicação. A pediatra reforça que hidratar a criança é essencial, pois a reposição de líquidos ajuda a controlar a febre.


Fonte: DN

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