61 socos e um diagnóstico: covardia


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Juliana dos Santos foi brutalmente agredida com 61 socos por Igor Cabral dentro de um elevador, em um ataque registrado por câmeras de segurança. A violência foi metódica, controlada e sem sinais de descontrole emocional, o que descarta a hipótese de surto. Mesmo assim, na delegacia, Igor alegou um “surto claustrofóbico” e disse estar no espectro autista, numa tentativa de justificar e psicopatologizar sua covardia.


Como psicóloga clínica afirmo categoricamente que a utilização destes diagnósticos como justificativa para sua violência, além de ofensiva, é tecnicamente insustentável.


A alegação de “surto claustrofóbico” feita por Igor Cabral é considerada infundada e incompatível com os critérios diagnósticos da claustrofobia, que envolve medo intenso, fuga do ambiente temido e sintomas como taquicardia, tremores e desorganização motora. Nada disso foi observado nas imagens do elevador. Ao contrário, o ataque foi controlado, focado e repetitivo — o que revela uma ação consciente, não um colapso emocional. As imagens mostram, na verdade, a execução deliberada de uma agressão violenta, e não um episódio de sofrimento psíquico.


Igor Cabral alegou sofrer de “surto claustrofóbico” e estar no espectro autista para tentar justificar os 61 socos que desferiu em Juliana dos Santos dentro de um elevador. No entanto, especialistas afirmam que sua agressão foi deliberada, coordenada e focada — sem qualquer indício de descontrole emocional, tremores ou tentativa de fuga, como ocorre em casos reais de claustrofobia. Além disso, o autismo não tem como traço característico atos violentos organizados e direcionados.

A tentativa de Igor de transformar sua violência em sintoma é tecnicamente insustentável e ofensiva, tanto à ciência quanto à comunidade autista. Ele tenta psicopatologizar um ato de covardia, usando diagnósticos psiquiátricos como estratégia jurídica. A agressão foi consciente e premeditada, e não fruto de um transtorno. Por isso, o que Igor precisa não é de tratamento clínico, mas de condenação.

Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora


Fonte: DN

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