Jair Bolsonaro é alvo de mandados judiciais da Polícia Federal

Ex-presidente terá que usar tornozeleira eletrônica e não poderá usar redes sociais por determinação do STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo da Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (18), em Brasília. O antigo chefe de Estado terá que usar tornozeleira eletrônica por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). As ordens da corporação são cumpridas na casa de Bolsonaro, no bairro Jardim Botânico, e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), na capital federal. 


Bolsonaro passará a ser monitorado 24 horas por dia e terá que permanecer em casa entre 19h e 6h, assim como no fim de semana e em feriados, conforme as colunistas Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, e Camila Bomfim, do portal g1.


Além disso, o ex-presidente também não poderá acessar as redes sociais e não terá aval para se comunicar com o filho, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, e nem com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus ou investigados pelo STF. 

Advogados de defesa de Bolsonaro confirmaram a operação da PF.

Segundo informações da jornalista Natuza Nery, da GloboNews, um dos motivos para a determinação dos mandados seria o financiamento reconhecido de Jair Bolsonaro ao filho, Eduardo Bolsonaro, que teria recebido repasse de R$ 2 milhões do pai mesmo fora do Brasil.

Sanções de Trump e ataques a soberania nacional estão entre motivações

A mesma emissora apontou que fontes do STF citaram, entre as motivações, os ataques frequentes e recentes à soberania nacional, assim como as sanções tarifárias dos Estados Unidos como forma de pressão contra o julgamento de Jair Bolsonaro em solo brasileiro. 

Investigado por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro protagoniza a recente crise entre Brasil e Estados Unidos, após o presidente americano, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% ao mercado brasileiro e afirmar que o processo criminal contra o ex-presidente deveria terminar "imediatamente".   

Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao STF o pedido de condenação do antigo chefe de Estado. O órgão afirmou que o político liderou a trama antidemocrática e deve ser sentenciado por pelo menos cinco crimes, com penas que, se somadas, podem resultar em mais de 43 anos de prisão. 

Em manifestação à Corte, o procurador Paulo Gonet reafirma que Jair Bolsonaro não somente tinha conhecimento do plano golpista, como orquestrou as articulações contra a Democracia brasileira.

Pronunciamento do PL

Após a confirmação dos mandados judiciais contra Jair Bolsonaro, o Partido Liberal, sigla da qual o ex-presidente faz parte, manifestou "estranheza e repúdio" diante da ação.

Segundo o PL, a atitude não seria justificada, já que "Bolsonaro sempre esteve à disposição das autoridades".

"O PL considera a medida determinada pelo Supremo Tribunal Federal desproporcional, sobretudo pela ausência de qualquer resistência ou negativa por parte do presidente Bolsonaro em colaborar com todos os órgãos de investigação", diz a nota publicada no perfil oficial do partido no Instagram. 

Quantia encontrada durante buscas

A Polícia Federal apreendeu, durante o cumprimento de mandados de buscas, quantia de cerca de 14 mil dólares, algo em torno de R$ 78 mil, e R$ 2 mil na casa do ex-presidente. A informação foi confirmada pela emissora GloboNews. As buscas e a contagem do dinheiro são executadas nesta manhã. 

Além dos valores, a PF também encontrou, segundo informações do jornalista César Tralli, uma cópia da petição inicial sobre um processo nos Estados Unidos contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. 

Defesa se manifesta

Em resposta aos mandados e às medidas cautelares, a defesa do ex-presidente afirmou ter recebido as informações sobre a ação com "surpresa e indignação". Uma nota oficial dos advogados foi encaminhada à imprensa ainda durante esta manhã.

"A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário", disse o pronunciamento.

Além disso, a defesa apontou que "irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial".

Fonte: DN

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