Antes de ser presa, Zambelli deu entrevista a jornal italiano e questionou: "Como vocês me acharam?


Horas antes de ser presa na Itália, Carla Zambelli disse ao jornal La Repubblica que era inocente e alvo de perseguição política no Brasil. Surpresa com a abordagem, perguntou aos repórteres como a encontraram e disse que teria que mudar de casa. A defesa afirma que ela se entregou, enquanto autoridades brasileiras e o deputado Angelo Bonelli dizem que ela foi presa em Roma.


'Ninguém me garantiu impunidade aqui na Itália. Pelo contrário. No Brasil, a comunidade italiana é muito forte, tem muito poder no Brasil. E poderia ter feito com que eu fosse candidata na Itália nos partidos de direita. Pela Liga ou Fratelli d'Italia. Me pediram, mas eu não quis. Sou uma pessoa séria. Meu marido está nas forças especiais da polícia. Jamais faria algo imprudente', disse ainda na entrevista.

O vice-premiê da Itália, Matteo Salvini, pretende visitar Carla Zambelli na prisão, segundo sua assessoria. Líder da extrema-direita e aliado de Giorgia Meloni, Salvini foi citado por Zambelli em entrevista, dizendo que Flávio Bolsonaro conversou com ele sobre sua situação na Itália. 


'Sei que Flávio Bolsonaro, filho do presidente [Bolsonaro], conversou com Matteo Salvini sobre a minha situação. Mas não sei se Salvini lhe prometeu alguma coisa. Mas não somos amigos. Eu esperava algo mais', disse ela na ocasião.


Carla Zambelli foi incluída na lista da difusão vermelha da Interpol a pedido do ministro Alexandre de Moraes. Com mandado de prisão em aberto no Brasil, ela pode ser deportada para cumprir pena no país.


Carla Zambelli deve se apresentar hoje à Justiça italiana, que decidirá em até 48 horas se ela aguardará o processo de extradição em liberdade, prisão domiciliar ou na cadeia. Ela passou a noite sob custódia da polícia italiana após ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por fugir do Brasil para evitar uma pena de 10 anos. A decisão será tomada com base em pareceres do Ministério Público e da defesa, e cabe recurso. A extradição ainda depende da aprovação do governo italiano. O STF também determinou a perda do mandato da deputada, mas a Câmara analisará apenas o pedido de cassação. O PL manifestou apoio à parlamentar e repetiu a versão de que ela se entregou.

Fonte: cbn

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