Após brigar com o irmão, Cid sinaliza reaproximação ao dizer que estará ao lado de Ciro Gomes em 2026

 Declaração dada em entrevista à jornal local indica que senador poderia apoiar possível candidatura à Presidência do ex-ministro; parentes divergem sobre apoio a Lula

Mais de um ano após protagonizarem um dos rompimentos mais emblemáticos da política cearense recente, os irmãos Cid e Ciro Gomes parecem ensaiar uma reaproximação. Em declaração dada neste domingo (28) ao jornal Jangaceiro, durante um evento do PSB, o senador Cid Gomes (PSB) afirmou que, no plano nacional, não pretende se posicionar contra o irmão, o ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT).


— Eu jamais estarei em lado oposto ao Ciro na questão nacional. Aqui no Ceará a gente tem uma visão diferente, eu o respeito profundamente, mas jamais estarei em lado diferente dele na questão nacional. Penso absolutamente como ele — afirmou Cid.


A fala do senador foi interpretada por aliados como um possível aceno à rearticulação política dos irmãos, que estiveram em campos opostos durante as eleições de 2022. Apesar de Ciro já ter sinalizado que não pretende disputar novamente a Presidência da República, a postura conciliadora de Cid levanta a hipótese de uma reunificação política do clã Ferreira Gomes em futuras disputas nacionais.

O afastamento entre os dois teve como principal pano de fundo o posicionamento frente ao Partido dos Trabalhadores (PT). Enquanto Cid se aproximou da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tornando-se um dos principais aliados do governo federal no Senado e também apoiador da gestão estadual de Elmano de Freitas (PT) no Ceará, Ciro se manteve como um dos mais contundentes críticos da administração petista, tanto no plano nacional quanto regional.

A divergência resultou, no início de 2024, na saída de Cid e de seus aliados do PDT — legenda na qual os Ferreira Gomes construíram boa parte de sua trajetória política recente —, em direção a siglas mais alinhadas ao governo Lula, como o PSB. O movimento aprofundou a cisão entre os chamados “cidistas” e “ciristas” dentro da política local.

A divisão já havia se tornado pública em 2022: Ciro lançou-se novamente como candidato à Presidência da República pelo PDT, e no Ceará apoiou Roberto Cláudio (PDT) para o governo estadual. Já Cid adotou postura de neutralidade — não declarou apoio a Cláudio nem participou da campanha presidencial do irmão. Já no segundo turno, esteve em eventos ao lado de Lula.

Fonte: oglobo

 
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