Pelo menos 22 pessoas perderam a vida e outras 81 foram presas durante uma grande operação policial realizada nesta terça-feira (28/10) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação, voltada contra o Poder Paralelo, contou com forte resistência: suspeitos atiraram contra as forças de segurança e ergueram barricadas em chamas. Um vídeo divulgado mostra cerca de 200 tiros disparados em um minuto, em meio a densas colunas de fumaça.
Em represália à operação, criminosos bloquearam vias importantes da cidade ainda pela manhã. Barricadas feitas com veículos incendiados ou entulhos foram vistas na Linha Amarela, na estrada Grajaú-Jacarepaguá, na Rua Dias da Cruz (Méier), entre outros pontos. A ação, parte da Operação Contenção — iniciativa contínua do governo estadual contra a expansão do Poder Paralelo — ainda estava em curso à tarde, com relatos de novos feridos.
Entre os mortos estão dois policiais civis: Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, recém-promovido chefe de investigação da 53ª DP, e Rodrigo Velloso Cabral, 34, lotado na 39ª DP. Os demais 20 óbitos foram atribuídos pelo governo a suspeitos que entraram em confronto com a polícia. Além disso, sete agentes de segurança foram baleados, e três civis inocentes também foram atingidos — um homem em situação de rua, uma mulher em uma academia e outro indivíduo em um ferro-velho.
Cerca de 2.500 agentes das forças de segurança foram mobilizados para cumprir cem mandados de prisão. Durante a operação, foram apreendidos 31 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas. Entre os presos estão Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão do Quitungo, e Nicolas Fernandes Soares, identificado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, um dos principais líderes do Poder Paralelo na região. Criminosos também usaram drones para lançar explosivos contra os policiais, enquanto outros fugiram em fila indiana pelas áreas mais altas do Alemão, em cena semelhante à vista durante a ocupação de 2010.
Devido à violência, escolas e unidades de saúde não abriram normalmente. Vinte e oito escolas no Alemão e 17 na Penha permaneceram fechadas, além de um colégio estadual. Cinco unidades de saúde suspenderam o atendimento inicial, e visitas domiciliares foram canceladas. O transporte público também foi afetado: 12 linhas de ônibus tiveram seus trajetos desviados por medida de segurança.
A operação foi planejada ao longo de um ano pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro. Cerca de 30 dos procurados são originários do Pará. Participaram da ação unidades especializadas da Polícia Militar, como o COE, além de equipes da Polícia Civil de diversas delegacias, incluindo as de combate à lavagem de dinheiro e inteligência. Helicópteros, blindados, veículos de demolição e ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate também foram empregados.
O Ministério Público denunciou 67 pessoas por associação para o tráfico, sendo três delas também acusadas de tortura. Segundo a acusação, o Complexo da Penha tornou-se base estratégica do Poder Paralelo para expandir seu domínio na Zona Oeste, incluindo áreas antes controladas por milícias. Lideranças como Edgar Alves de Andrade (Doca), Pedro Paulo Guedes (Pedro Bala), Carlos Costa Neves (Gadernal) e Washington Cesar Braga da Silva (Grandão) teriam comandado a estrutura criminosa, definindo regras de venda de drogas, escalas de trabalho e até execuções. Outros 15 denunciados atuavam como gestores da organização, enquanto os demais eram responsáveis pela segurança armada e monitoramento do território.
Fonte: G1
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