O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que a prioridade do governo é reverter a sobretaxa imposta por Donald Trump antes que ela comece a valer, em 1º de agosto.
"Então, acho que nós temos aí os próximos dias muito importante para a gente reverter um quadro que não tem a menor lógica do ponto de vista econômico nem comercial. É prejudicial ao Brasil e é prejudicial aos Estados Unidos", disse.
Empresários da indústria e do agronegócio pediram aos ministros do comitê interministerial que o governo não faça uso do decreto de reciprocidade para retaliar o governo dos Estados Unidos pela promessa de taxação das importações do Brasil. Além disso, outra sugestão é o pedido por uma trégua de mais 90 dias para negociar as taxas. Esse não é o foco dos negociadores do governo e Itamaraty.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defendeu o caminho das negociações com os Estados Unidos.
"O que temos aqui é um verdadeiro perde-perde, e não faz sentido de forma nenhuma, nem econômica, nem social, nem geopolítica, nem opolítica, um perde-perde. Isso não é racível. O Brasil não pretende ser reativo intempestivamente. O que nós entendemos dessa reunião é que o Brasil não se precipitará de forma nenhuma em medidas de retaliações", destacou.
Nesta tarde, setores do agronegócio apresentaram dados sobre a taxação dos alimentos, que são perecíveis e safras podem ser perdidas. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, afirmou que a grande preocupação do setor está com a exportação de mais 12 milhões de caixas de mangas para os Estados Unidos. O ciclo da fruta é curto, de pouco mais de dois meses.
"Pra gente é um desastre, porque você não pega uma safra de 2.500 contêineres e com 15 dias envia para a Europa. Se você botar na Europa, acaba com o mercado de lá, não tem condição, nem o europeu vai querer. Se você for botar no mercado interno, aí pô, até acaba com tudo, porque o preço da manga vai lá pra baixo. E então a gente tá sem saída no negócio desse. E a gente teme é que fique manga no pé".
A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, afirmou que o Brasil precisa se preparar para todos os cenários possíveis, mas antes vai negociar. “Queremos a paz, mas temos que nos preparar para a luta”, disse.
Fonte: cbn