Lula alerta para a necessidade de ação conjunta contra o extremismo


Nesta segunda-feira (21/07), em Santiago, Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a importância da ação conjunta entre governantes e sociedade para enfrentar o "extremismo que tenta reeditar práticas intervencionistas".


A declaração foi feita durante uma cúpula sobre democracia, que contou com a presença dos presidentes do Chile, Gabriel Boric, da Colômbia, Gustavo Petro, do Uruguai, Yamandú Orsi, e do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchéz.


Em Santiago, líderes presentes em uma cúpula, incluindo o presidente Lula, defenderam o multilateralismo e a cooperação global com base na justiça social. Após a reunião, Lula e os outros quatro governantes fizeram uma declaração à imprensa. Apesar de não ter mencionado as tarifas anunciadas por Donald Trump, Lula enfatizou a importância da atuação conjunta entre governos e sociedades para combater os extremismos.

"Nesse momento em que o extremismo tenta reeditar práticas intervencionistas, precisamos atuar juntos. A defesa da democracia não cabe somente aos governos. Requer participação ativa da academia, dos parlamentos, da sociedade civil, da mídia e do setor privado", afirmou Lula.

Donald Trump está cobrando a suspensão dos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de Estado em uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). O governo brasileiro classifica essa atitude como uma tentativa de violar a soberania nacional e interferir na independência do STF. 

Tensões entre Brasil e EUA: Tarifas, Vistos e Interferência Judicial

Em 09/07, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs taxas de 50% sobre produtos brasileiros importados, citando o julgamento de Jair Bolsonaro e alegando "ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e violação da liberdade de expressão dos americanos".

Em resposta, o presidente Lula classificou a medida como "chantagem inaceitável" e anunciou que o Brasil estuda negociações.

No dia 18, Bolsonaro foi alvo de uma operação da PF, recebendo medidas cautelares como tornozeleira eletrônica e proibição de redes sociais. Horas depois, os EUA revogaram os vistos americanos de Alexandre de Moraes, seus aliados e familiares, alegando perseguição e censura que atingiriam americanos.

Lula criticou a revogação dos vistos como "arbitrária e sem fundamento", afirmando que a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável. No discurso, Lula e outros líderes concordaram sobre a necessidade de regulamentar plataformas digitais e combater a desinformação, ressaltando que liberdade de expressão não justifica incitar violência ou crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Fonte: g1

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