O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou na rede social X a revogação do visto do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e solicitou o cancelamento dos vistos de seus familiares e "aliados".
Rubio acusa Moraes de promover uma "caça às bruxas" política contra Jair Bolsonaro, violando direitos e ultrapassando fronteiras ao afetar cidadãos americanos.
O Departamento de Estado dos EUA não forneceu mais detalhes sobre quem seriam os "aliados" mencionados.
Nesta sexta-feira, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal e teve medidas restritivas impostas. Ele deverá usar tornozeleira eletrônica, está proibido de usar redes sociais, de se comunicar com outros investigados (incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro) e de sair de casa entre 19h e 6h e nos fins de semana.
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo agiram de forma deliberada e ilegal para incentivar sanções estrangeiras contra autoridades brasileiras. Eduardo Bolsonaro se mudou para os EUA com o objetivo de pressionar o governo americano contra Moraes e o STF, além de buscar apoio à anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
O STF e o Itamaraty ainda não se manifestaram sobre as medidas anunciadas por Marco Rubio contra Alexandre de Moraes. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, a revogação do visto segue a Lei de Imigração americana, que permite barrar estrangeiros cuja presença possa impactar negativamente a política externa. Eduardo Bolsonaro comemorou a decisão nas redes sociais, agradeceu a Rubio e a Trump, e afirmou que "tem muito mais por vir", dizendo que os EUA "não vão recuar".
Desde que Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre o Brasil em 9 de julho, o governo dos EUA tem feito críticas mais duras ao Judiciário e ao governo brasileiro. Trump acusou a Justiça brasileira de promover uma "caça às bruxas" contra Jair Bolsonaro, que responde por crimes como tentativa de golpe de Estado e danos ao patrimônio público.
A defesa de Bolsonaro reagiu com surpresa e indignação às medidas restritivas impostas por Alexandre de Moraes, embora a Primeira Turma do STF já tenha formado maioria para manter essas sanções.
As tarifas americanas podem prejudicar setores como o de suco de laranja e a aviação. Em resposta, o presidente Lula afirmou que recorrerá à OMC e poderá aplicar a Lei de Reciprocidade. Ele também criticou os EUA, chamando sua postura de "chantagem inaceitável".
Fonte: bbc
